Estou me preparando para tempos de vacas magras. Esse anúncio de guerra por todos os lados fez crescer o meu lado zura. Lembro-me inúmeras vezes em que fiz caminhadas, especialmente uma duríssima na patagônia. Era um grupo de dez pessoas. Como era para ficar sete dias andando , tivemos que levar tudo o que necessitávamos nas costas, inclusive a comida. Barraca, sacos de dormir , casacos ( lá faz um frio danado) , luvas, panelas. Bom, no final das contas: era um peso enorme. Uma de nós resolveu levar comida para um banquete; além de temperos como vinagre, azeite, pimenta, catchup e outras coisas do tipo. Bom, resultado: no segundo dia de caminhada ela oferecia comida para todo mundo. Ainda que houvesse ficado com água na boca, minha mochila já pesava muito e eu decidi levar somente o necessário. E todas as pessoas do grupo fizeram o mesmo. A nossa amiga que mal conseguia andar de tão pesada foi obrigada a jogar fora muitas guloseimas, roupas ( ela exagerava em tudo) e ficou mais feliz com a mochila mais leve.
Todas essas caminhadas me faziam pensar que se pode viver com o necessário e aproveitar a viagem ao máximo. A graça estava em conviver com as pessoas e ver lugares lindíssimos dignos de cartão postal.
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