sábado, junho 30, 2001

Todos os dias de madrugada a Comlurb passa recolhendo o lixo. Como moro em uma rua estreita e residencial, o caminhão impede temporariamente a passagem dos carros. Os garis saem desorientados correndo como loucos em plena madrugada para que o caminhão se desloque mais rapidamente. No entanto, invariavelmente os motoristas da fila de carros que se forma atrás impacientemente buzinam sem dó dos pobres garis ou das pessoas que estão em suas casas dormindo. Fico triste com a situação pois eu estou em minha casa, quentinha, muitas vezes estudando ou me divertindo no computador, vendo filme e eles correndo feito umas almas penadas. Será que os motoristas não pensam nisto? Será que estas pessoas são tão insensíveis que não podem esperar um pouquinho para que os coitados possam trabalhar? Indo e vindo das noitadas da vida não existe em seus corações um mínimo de respeito. A minha vontade sincera era pegar um porrete e quebrar os carros todos, uma ensandecida da madrugada, uma doida varrida. Sei o que é trabalhar à noite, chegar em casa pela manhã com o corpo todo doído, estar fora de casa durante a madrugada, pegar chuva, vento. Pobres garis, a eles a minha solidariedade. E a propósito, alguém sabe aonde vende um porrete?