segunda-feira, novembro 26, 2001

Trabalhando feito doooida! Sem tempo para blogar, sentir, pensar. A vida é um depois sem antes, uma máquina que trabalha rápido e sem parar. Minhas pernas doem, minha sombrancelha está um lixo, o cabelo então... mas não posso parar, não posso parar...não posso pa..ra..r.? Ou posso?

sábado, novembro 17, 2001

Vi no RJ Tv ( aliás ótimo jornal), imagens do rio Guandú, a maior fonte de abastecimento de água da nossa cidade. Eu simplesmente decidi que nunca mais bebo água do filtro. Eu que sempre bebo água mineral gasosa por prazer, agora o farei por questão desaúde.A o rio Guandú é um esgoto! São mais de 16 indústrias despejando resíduos químicos na água, esgoto in natura sendo lançado no rio. Triste essa situação, penso que aquelas imagens deveriam ser mostradas mais vezes.

quinta-feira, novembro 15, 2001

Acho que estas pessoas assim me tocam tanto pois lembram meu pai. Ele era assim , perverso estúpido. Vivia me dizendo coisas horríveis. "Você é uma droga", "sua burra". E eu era uma das primeiras alunas da escola, quando mostrava uma nota nove do boletim a resposta: deveria ter tirado dez; se mostrasse dez: não fez mais do que a obrigação. Era um sujeito violento com as palavras, agredia o tempo todo. Haviam vezes em que chegava transtornado do trabalho, suas narinas ficavam insulfladas, os olhos vermelhos. Nesses dias ( e eram muitos) não se podia nem chegar perto dele. Eram farpas, agullhadas e pedregulhos para todos os lados. Vivia sempre com essa ansiedade dentro de mim: como papai vai chegar em casa? Vivíamos briagando e eu chorando. Tão logo me formei, saí de casa, fui fazer residência médica e passeu a morar no hospital. Nunca mais voltei à morar em casa. Fiz várias tentativas de convrsar com ele, mas nunca consegui. Ele passou pela vida assim, em desarmonia, sugando as pessoas que o cercavam, agredindo. Digo passou pela vida pois o tempo dele já se foi. Se ele morreu? Sim, vive por compulsão, por dever, morreu em vida, e não se deu conta disso.
Essa semana nada de tempo para blogar. Trabalho, trabalho, trabalho. Estou sentindo-me cansada e triste. Não deveria, o consultório está lotado, entra gente a cada dia e eu não tenho nenhum convênio, que diga-se de passagem, paga no máximo R$ 30,00 reais a consulta isto menos o desconto do imposto de renda. No final das contas sobram vinte e pouquíssimos reais. Não era para eu estar do jeito que estou , mas que fazer? Essa semana discuti feio com um chefe no emprego. Droga, por que eu me rebaixo tanto? Será que ainda não aprendi que o melhor em certas horas é ficar calada? Droga, droga, droga. Não deveria nem ter ido conversar com ele, o tal cara me humilhou, não fiz o que eu queria e me deu um horário horrível de trabalho. Disse que ia ver a troca de horário que eu queria tal e coisa e não viu porcaria nenhuma. Um safado. E eu chorei à toa. Desperdício de tempo. E de lágrimas.

sábado, novembro 10, 2001

A magia que eu tinha em outras épocas me deixou. Fiquei uma pessoa "terra a terra" e a vida ficou monótona. Não tem nada de ruim, não posso reclamar. Mas sinto-me sem brilho. Antes eu sonhava com coisas, achava o meu mundo interior lindo, ainda que niguém o percebesse. E agora essa chatisse. Yasmin Li, você é uma pessoa comum, igual. Deve se conformar e não querer ser uma pessoa diferente. Não?
Por que tenho de ser boazinha? Não tenho. Nas pessoas explosivas, agressivas todo mundo fica procurando doçura. Fulando é assim mas também tem bom coração. É esquentado mas é só uma explosão, depois ele esqueçe tudo. Ao contrário, quando se é pessoa calma fica todo mundo procurando defeito: Na verdade não é tão boa assim, só a cara é de santinha, é nervosa por dentro. Pois é. Se depender do julgamento das pessoas, eu fico muito mal. Não tenho mas intenção de ser boa ou ruim, quero apenas ser. Estou cheia de ficar inventando desculpas para o comportamento humano, acabo engolindo muito sapo. Compreender é uma coisa, justificar é outra.
Trabalhei duro esta semana e estou um caco. Explodi com a secretária do consultório, marcou as consultas todas erradas, trabalhei feito um cão. Fui "conversar"com ela e notei claramente o seu riso falso e incapacidade de adimitir os próprios erros. Por mim, estava despedida. No entanto, como trata-se de consultório dividido com vários colegas tenho de levar o assunto para pauta. Depois fico me remoendo, achando que não é bem assim, que ela precisa do emprego... ora, eu também. Cansei de ficar dando trela para gente sem caráter. Por que tenho de ser "boazinha"o tempo todo?
JB Online - ex-Assassinos de índio são condenados a 14 anos de prisão-10/11/2001 Conta esquisita A justiça brasileira é muito estranha. Condenados por homicídio triplamente qualificado , os réus podem cumprir dois terços da pena, pois são primários, trabalhando podem diminuir da pena 1 dia a cada três trabalhados. Caso não fosse considerado crime hediondo, coisa que devemos aos esforços de Glória Perez, esses marginais teriam direito a tanto benefício que já estariam em liberdade. Não vejo justiça nisso. 14 anos são 14 anos e pronto.

segunda-feira, novembro 05, 2001

Hoje no trabalho fui querer dizer que era contra a greve de médicos Federais e Municipais. Caramba, quase comeram o meu fígado! No entanto, como só tenho um tratei de defendê-lo direitinho... repetir a história de prometeu... de jeito maneira.
Eu procuro todo o tempo uma metáfora que me faça acreditar que a vida tem algum sentido. Eu invento um sentido para ela a cada instante, tento pelo menos.Mas às vezes dá um bug e tchan. É como se o tempo houvesse desconectado . Um horror.

sábado, novembro 03, 2001

Ontem assisti ao Globo Repórter. Acho que seria feliz cuidando dos bichos. Para as pessoas que não conhecem, a PM possui homens que compõe a polícia florestal , isto porque o IBAMA fiscaliza, mas não tem poder de polícia. A polícia florestal , no entanto, conta com pouquíssimos homens, com viaturas ultrapassadas e imaginem, é responsável por todo o Estado do Rio de Janeiro. Por essa razão ela quase não aparece. Eu tenho uma teoria de que as pessoas que gostam de bichos , em geral, são pessoas boas, e que esta convivência poderia ser útil para despertar em alguns PMs o respeito pela vida. Mas é uma coisa minha. O batalhão florestal simplesmente faz o que pode. Existe também um hospital para cuidar de bichos capturados mas não existe veterinário e a comida dos animais é paga, na maioria das vezes, por rateio entre os PMs. Aliás seria um bom lugar para trabalhar como voluntário, se eles tivessem programas assim.

sexta-feira, novembro 02, 2001

Vontade de comer comida japonesa
Gosto da minha profissão. O meu dia a dia é como se estivesse assistindo um filme, sinto-me uma pessoa privilegiada; posso penetrar na intimidade das pessoas, observar seus sentimentos atitudes, conflitos, dramas. Os pacientes partilham comigo coisas que julgam importantes nas suas vidas. Posso ouvir tudo isso e imagino na minha mente pessoas e fatos que eu apenas conheço através dos meus pacientes, já aconteceu de conhecer de verdade estes personagens da realidade e em geral a impressão que eu tenho é bem diferente daquela que me passaram. Pois é as pessoas São, no entender de outras de maneiras diversas. Não gosto de filmes com estórias de médicos, acho todos um saco. E sei porque: nenhum deles é mais interessante ou mais bonito do que aquele que eu assisto todos os dias. E esse ainda tem mais uma coisa de especial: é só meu.

quinta-feira, novembro 01, 2001

Estou me sentindo um lixo. Um trapo. Ontem fui ver aulas de hidroginástica, fiz as unhas. Mas quando me olho no espelho, não gosto muito do que vejo. Estou a mesma coisa mas me sinto pior. O risco nestas épocas é se gastar mais dinheiro do que se precisa em cremes, roupas, massagens, cortes de cabelo. Mas nada adianta. Trata-se de um problema meu comigo mesma.